google-site-verification=4pjh_0u9ZXfr16rcO_twV9F2luCyjmWda02-Q4YoL-0 01 02 O mulato minha resenha do livro

O mulato minha resenha do livro

Homem afro brasileiro vestindo blusa branca com paletó cor de cinza, com um pano de fundo  também cinza


A Origem de Raimundo

Dr. Raimundo, também conhecido por "mundico" pelos parentes mais chegados, era um jovem de cor, filho de uma escrava chamada Domingas, que servia a seu senhor, José Pedro da Silva, fazendeiro na província do Maranhão, em meados do século XIX.

Domingas, além de ser uma serviçal na casa grande, também supria aos impulsos carnais do patrão, que a via como um objeto de prazer sexual. Vivendo em condições desumanas, era alvo de maus-tratos por parte de sua senhora. A ira da patroa acendia-se todas as manhãs ao ver o bastardo Mundico, filho de seu marido com a escrava.

O marido via como a escrava padecia nas mãos de sua senhora e, temendo que a criança fosse alvo da ira da esposa, resolveu mandá-lo embora sob os cuidados do tio Manuel Pescada.

O Retorno de Raimundo

Pescada, como era conhecido, era um homem de posses, influente na sociedade burguesa, e não querendo manchar sua reputação, encarregou-se de mandar o sobrinho para a Europa, sob os custos do pai. Anos mais tarde, Raimundo, agora adulto, com diploma de doutor em direito, retornou ao Brasil com o forte desejo de encontrar informações que o levassem às suas origens.

Seu pai já havia falecido quando era criança, e de sua mãe lhe restavam vagas lembranças; estaria ela ainda viva? Questionava o mulato.

Esse era seu objetivo: acalentar o espírito que há tempo o afligira numa profunda crise de identidade. O antidoto para isso era finalmente descobrir sua origem.

O Encontro com Ana Rosa

No entanto, sua chegada ao Brasil lhe reservava momentos turbulentos que o poriam numa encruzilhada, um dilema que mudaria para sempre sua missão.

E tudo isso começou num primeiro olhar, daqueles que disfarçadamente parecem que não querem nada. Seu nome era Ana Rosa, filha de seu tio-avô, Manoel Pescada.

Raimundo era um jovem de estatura e traços singelos, contudo mulato, de expressão forte e intelectual, refletia em seus modos a elegância europeia.

Metido consigo mesmo, tinha um ar filosófico e humanista. Qualidades que encantavam a jovem Rosinha. Seu amor platônico o levaria a tomar decisões que mudariam sua história.

O Mistério e o Crime

No entanto, havia um mistério no ar. Pescada sabia das intenções do sobrinho quanto à sua origem, e isso o deixava preocupado. E não demorou para que fosse questionado pelo sobrinho; no entanto, seus segredos não podiam ser revelados. O triste fim que levou o pai, o paradeiro da mãe e todo mistério que pairava em torno do assassinato.

Há uma história.

Quitéria era uma mulher branca de família influente e poderosa. De caráter duvidoso e extremamente perversa, tratava os criados com mãos de ferro. Sentia prazer em ver o sofrimento dos escravos e aplaudia a som das chibatadas que desferiam nos lobos dos pretos.

Domingas era sua principal presa; seu ódio pela negra era nutrido pela vida do bastardo Mundico. E por vezes, torturá-la era o lenitivo que lhe trazia consolo. Ela poderia matá-la de uma vez, mas isso seria um ato de misericórdia que a desgraçada não merecia. Por isso, lhe afligia diariamente.

José, ainda que suspirasse respeito e credibilidade dos outros, não passava de um inútil para a mulher, que o desprezava. Sob seu leito, ela profanava sua lascívia com o amante Diogo.:

Diogo era provavelmente o homem mais influente da sociedade maranhense, pois trazia sobre os ombros o poder  e influencia  da igreja.  por trás da qual se escondia um abismo de escuridão, ódio, ambição e depravação.

Sua amante, Quitéria, consolava-se em seus seios na ausência do marido. Ambos eram cúmplices. Porém, certo dia, em chegando de viagem, José desconfiado da mulher, escondeu-se na escuridão para flagrar o adultério e ficou sem ação quando descobriu o amante. Era o padre Diogo.

Esse foi seu fim, pois Diogo, maquiavélico, planejava dar cabo de José e logo colocou em ação seu plano, assassinando-o com um tiro na calada da noite, sem que ele percebesse de onde partiria o crime.

Diogo praticara o crime perfeito, aliás, estava acima de qualquer suspeita, e logo que começou a investigação, ele era o mais interessado, de maneira dissimulada, tomando nota junto aos investigadores para saber quais elementos haviam. E depois de muita investigação, finalizaram o caso sem o desfecho esperado, por falta de provas substanciais que os levassem ao criminoso.

Seu crime estava seguro, e sua cúmplice, Quitéria, logo levaria ao túmulo a verdadeira identidade do assassino.

Quando, porém, Diogo soube que Raimundo chegara ao Brasil e tomou conhecimento de suas intenções, veio logo sondá-lo com ar de piedade e empatia, todavia, era mais uma estratégia para manipular o jovem rapaz.

Raimundo estava determinado a encontrar suas origens, e de maneira ingênua, abriu o coração ao tio, que, por sua vez, revelou-o ao padre.

Raimundo inquietava-se com a demora do tio em lhe dar informações, e isso o levou ao ostracismo. Sua prima, Rosa, nutria um sentimento oculto que logo ficaria evidente. O romance proibido rumava à precipitação.

Mundico sabia que Pescada não aprovaria seu relacionamento com a donzela. Quais os motivos? O mulato tinha posses que herdara do pai, dinheiro não era problema, diploma menos ainda, pois fora formado em Coimbra como doutor em direito.

Todavia, não era isso que preocupava Pescada, mas a cor da pele. Sim! Ele era mulato.

Se ser mulato é ser invisível, ainda que este tenha posses e diplomas, a sociedade era eugenista e nunca aprovaria um casamento de raças diferentes. Seria uma mancha à reputação de Pescada.

Diogo era o pivô dos maus conselhos e abria a boca em retórica para alertar Pescada do perigo que representava o negro bastardo em sua casa. Ele tinha que despachá-lo imediatamente para a Europa, de onde viera.

No entanto, o romance florescia a cada dia, como um furacão descontrolado, sem noção dos resultados que ficariam. Quando enfim Rosa resolveu fugir com seu amado, Diogo encarregou-se de por fim à vida do negro, como fizera com o pai.

Dessa vez, não puxou o gatilho, porém, conduziu o assassino a fazê-lo. Foi um pretendente de Rosa, que tinha sociedade com Pescada, que assassinaria o mulato, pondo fim ao romance.

 

"Em sua obra, Aluísio Azevedo utiliza a história de Raimundo para criticar a sociedade brasileira do século XIX, marcada por profundas desigualdades raciais e sociais. Ao mesmo tempo, o autor explora a complexidade da identidade brasileira, fruto de uma rica mistura de culturas e raças."

Em resumo, "O Mulato" é um romance importante que explora temas relevantes para a sociedade brasileira, como racismo, identidade e a condição do mulato. A obra é considerada um clássico da literatura brasileira e continua a ser lida e estudada até hoje.

Gostaria de saber mais sobre  o Mulato, então junte-se a nós e mergulhe nessa fascinante história lendo a obra.  Depois deixe aqui nos comentários suas impressões do livro.

 

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