Olá, confrades e confreiras, e amigos apaixonados por literatura. Tenho o prazer de compartilhar com vocês um talentoso escritor, cordelista e poeta, filho de Camocim, Joab Nascimento, quem tive o prazer de conhecer pessoalmente há poucos dias.
Sua história e talento na promoção da Literatura Cearense são notáveis, especialmente da literatura camocinense, que tem rompido fronteiras, levando ao mundo a qualidade da literatura local. Obrigado, amigo Joab Nascimento, por sua contribuição na preservação de nosso povo retratado em seus textos.
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Com uma trajetória literária impressionante, Joab Nascimento já publicou dois livros: "Homenagem em Cordel-Personalidades" e "Maçonaria em Cordel", além de ser autor de mais de 660 títulos de folhetos de cordéis e centenas de poemas.
Membro de diversas instituições
literárias, Joab Nascimento faz parte da Academia Cearense de Literatura de
Cordel (ACLC), da Academia Brasileira de Letras (ABL/MS), da Academia
Internacional de Literatura Brasileira (AILB), da Academia Camocinense de
Ciências, Artes e Letras (ACCAL) e da Academia Camocinense de Estudos e Letras
(ACEL), da qual é membro fundador. Além disso, é membro correspondente da
Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará (AMLEC) e da União Brasileira de
Trovadores (UBT).
Agora, temos o prazer de trazer para você uma de suas produções literárias, que refletem a riqueza cultural e literária do nosso estado. Acompanhe conosco e descubra o talento de Joab Nascimento!
Meu espelho
Bem em frente do espelho,
Eu gostava de me olhar,
Pra ver o meu crescimento,
E também admirar,
O quanto tinha crescido,
Em pouco tempo vivido,
Querendo me apressar.
II
Todo dia eu me olhava,
E nada de eu crescer,
Queria logo ficar grande,
Liberdade, conhecer,
Sonhava em ser adulto,
Conseguir o meu indulto,
Pra do meu jeito viver!
III
Acordava de manhã,
Pra ver se tinha crescido,
Ficava frente ao espelho,
Fazia ali meu pedido,
Espelho, espelho meu,
Esse menino cresceu?
Mas eu nunca era ouvido.
IV
Eu pegava um batom,
E marcava minha altura,
Logo no dia seguinte,
Tamanha era amargura,
Tava do mesmo tamanho,
Nenhum centímetro ganho,
Pra mim era uma tortura.
V
Só depois dos 15 anos,
Eu comecei perceber,
Estava ganhando altura,
No espelho eu podia ver,
No rosto já tinha espinha,
Alguns pelos, também tinha,
Eu começava crescer.
VI
Ao fazer 18 anos,
No espelho eu ficava,
Já era homem adulto,
Em frente eu me arrumava,
Na hora que eu ia sair,
Pra noite, me divertir,
Meu reflexo nele olhava.
VII
O tempo foi-se passando,
O espelho, abandonei,
As rugas foram chegando,
Bem tristonho já fiquei,
Aquele espelho bonito,
Foi deixando-me aflito,
E dele eu me afastei.
VIII
Hoje eu olho no espelho,
De perto fico me vendo,
Vejo meus cabelos brancos,
A calvície aparecendo,
Nele eu vejo a flacidez,
Que em mim chegou de vez,
Nele eu me vejo morrendo.
IX
Aquele espelho amigo,
Que um dia me mostrou,
A minha jovialidade,
Que seu brilho revelou,
Hoje não é mais amigo,
Ele está de mal comigo,
Minha velhice mostrou.
X
Todos nós um dia vimos,
No espelho, nosso reflexo,
Apenas não enxergamos,
O que ele traz em anexo,
Só enxergamos por fora,
O que trazemos agora,
Nesse viver tão complexo.
XI
Todo espelho revela,
A essência do seu ser,
Nós é que não enxergamos,
Ou jamais queremos ver,
Nossos erros e defeitos,
Não mudamos os conceitos,
Do modo como viver.
XII
Só vemos o lado externo,
Não vemos o interior,
Não consertamos defeitos,
Que podem causar a dor,
De'amor somos desprovidos,
Na vaidade, intrometidos,
Somos carentes de amor.
XIII
Observe no reflexo,
Do espelho, a sua vida,
Ele mostra realidade,
Da chegada e da partida,
Desde o dia que nascemos,
Todo dia nós morremos,
Sem adeus nem despedida.
Joabnascimento
Camocim-CE 18/02/24
D.A.R. Lei 9610/98
conheça mais em:
facebook: Joabnascimento
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1 Comentários
Parabéns meu amigo
ResponderExcluirObrigado por comentar