Via Sacra
I
Como vamos explicar,
Pruma criança inocente,
A história de um homem,
Que'ainda comove a gente,
Do seio da mãe arrancado,
Por multidão, arrastado,
Como um ser indigente.
II
Ao julgamento dos homens,
Ele sem dó foi julgado,
Sem amor no coração,
À morte foi condenado,
Flagelado e agredido,
Seu veredito expedido,
Na cruz ele foi pregado.
III
Dessa forma eu explico,
O início do sofrimento,
Do nosso amado Jesus,
Em seu último momento,
Uma história de dor,
E do mais sublime amor,
Mostrada no sentimento.
IV
É o caminho da cruz,
Um percurso doloroso,
Ao chegar ao Monte Gólgota,
Um trajeto ardiloso,
São 15 as estações,
Choros e lamentações,
Cruciante, lastimoso.
V
A primeira estação:
Ele é condenado a morte,
Em troca de Barrabás,
Esse teve muita sorte,
Pilatos na indecisão,
Pergunta pra multidão,
Que definem seu consorte.
VI
Na segunda estação,
Eles despiram Jesus,
Sobre seus ombros colocam,
Grande e pesada cruz
Forcando-o a carregar,
Sem ao menos respeitar,
Um ser sublime de luz.
VII
Na terceira estação,
Jesus fraco e cansado,
Caiu a primeira vez,
Tava muito maltratado,
A cruz era tão pesada,
Ainda levava chicotada,
De um soldado malvado.
VIII
Foi na quarta estação,
Um momento emocionante,
Ele encontrou sua mãe,
Que chorava nesse instante,
Jesus era insultado,
Pelo povo, provocado,
Num momento angustiante.
IX
Na quinta estação, Jesus,
Estava difícil andar,
Os soldados obrigaram,
Cireneu a lhe ajudar,
O seu nome era Simão,
Ajudou-lhe dando a mão,
Pra depois lhe abandonar.
X
Na sexta estação, Verônica,
Seca o seu rosto suado,
Num descuido dos soldados,
Ela chega do seu lado,
Recolheu lágrimas, suor,
Com o seu amor maior,
Seu rosto ficou gravado
XI
Já na sétima estação,
Novamente ele caiu,
Estava muito exausto,
Levantou-se e partiu,
Continuou seguindo em frente,
Seu corpo muito doente,
Mais uma vez, resistiu.
XII
Na oitava estação,
Torna-se consolador,
Mesmo ferido, sangrando,
No rosto mostrava dor,
As mulheres que choravam,
As suas lágrimas derramavam,
Jesus lhe oferece o amor.
XIII
Cai pela terceira vez,
Já na nona estação,
Perante os xingamentos,
E risos da multidão,
Outra vez se levantou,
Para frente caminhou,
Pra sua crucificação.
XIV
Foi na décima estação,
Que Jesus ficou despido,
Arrancaram-lhe as vestes,
Deixaram "desprevenido",
Jogaram suas vestes fora,
Caminharam sem demora,
Para o monte, referido.
XV
Décima primeira estação,
Jesus foi crucificado,
Deitaram ele na cruz,
Para ser apregoado,
Todos seus membros pregaram,
Seus pés e mãos, mutilaram,
Jesus continuou calado.
XVI
Mesmo sentindo as dores,
Dos pregos dilacerando,
Jesus nunca reclamou,
Para Deus, disse exclamando,
Meu pai, lhes dê o perdão,
Que'eles não sabem então,
O que estão praticando.
XVII
Décima segunda estação,
Exausto por sofrimento,
O seu coração parando,
Foi chegado o momento,
Aquele ser cheio de luz,
Veio a morrer na cruz,
Estremeceu o firmamento.
XVIII
Porém, antes de morrer,
Pela dor, já transtornado,
Voltou-se de novo ao pai,
Indagou, desesperado,
Porque me abandonaste?
Oh meu pai, tu me deixaste!
Não estás mais ao meu lado?
XIX
Foi por um momento apenas,
Qu'ele desacreditou,
Ao chegar às 3 da tarde,
O céu escuro, ficou,
No templo de Jerusalém,
O toldo rasgou também,
Pela última vez, suspirou.
XX
Décima terceira estação,
Da cruz ele foi deposto,
Quando a noite caiu,
O povo deixou seu posto,
Foi enorme a dispersão,
De'uma grande multidão,
Que assistiram de bom gosto.
XXI
Foi José de Arimatéia,
Que tomou a decisão,
Pediu a Pôncio Pilatos,
Pra fazer a remoção,
Pilatos lhe autorizou,
Num lençol ele o enrolou,
Com carinho no coração.
XXII
Décima quarta estação,
No sepulcro, sepultado,
Por José de Arimatéia,
Com pedra ele foi fechado,
Como era de costume,
Tal qual cheiro dum perfume,
Do corpo foi exalado.
XXIII
Jesus ressurge pro povo,
Décima quinta estação,
Chegou o terceiro dia,
O dia da ressurreição,
Um anjo que avisou,
Que Jesus ressuscitou,
Ali não estava mais não!
XXIV
Só para finalizar,
Explicando pra criança,
Via Crucis é um momento,
De dor, fé e esperança,
A Páscoa lembra Jesus,
Que foi morto numa cruz,
Por sua boa aventurança.
Joabnascimento
Camocim-CE 06/03/24
D.A.R. Lei 9610/98
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