Rafael Brito
Natural de
Fortaleza e radicado em Granja, CE, Rafael Brito é um talentoso poeta
cordelista, declamador de poesia popular, pesquisador de cultura popular,
rabequeiro e maestro. Além disso, é coordenador da Casa de Cultura e Arte em
Granja, CE, ao lado de sua esposa Rainara Ferreira, artesã e brincante de bumba
meu boi. Rafael também é editor proprietário da Cactus Editora.
Com uma obra que
reflete a riqueza da cultura popular brasileira, Rafael Brito nos presenteia
com dois trechos inéditos de seu novo livro "Meus Cordéis e Outros
Poemas", que será lançado em abril na Bienal Internacional do Livro do
Ceará.
Aqui,
compartilhamos dois poemas de sua autoria, que nos transportam para um universo
de emoção e reflexão.
Leia abaixo os
poemas de Rafael Brito:
Poema 1:
O silêncio é tão
grande, a noite chora,
E eu chorando também,
me lembro dela.
Quando a faca do
tempo fere e corta
Pensamentos,
sentidos, carne e alma,
Perco a linha, o
sono, perco a calma,
Recordando o
passado, versão morta.
Quando o pranto,
que bate à minha porta,
Era antes sorriso,
amável tela,
A distância, abriu
nossa janela,
Só restou o coração
que geme e implora
O silêncio é tão
grande, a noite chora,
E eu chorando
também, me lembro dela.
Quando o frio em
meu corpo tu esquentava
Com teu corpo
moreno e um pouco quente
O meu beijo, o meu
toque insistente
Te trazia pra mim,
e tu me chamava.
Mas no fim, tudo o
quanto se sonhava
Virou pó, se apagou
feito uma vela,
Hoje resta uma
lágrima, uma cela,
Uma dor que em meu
peito se demora
O silêncio é tão
grande, a noite chora,
E eu chorando
também, me lembro dela.
Poema 2: Recordação
Em outras vidas fui
Mestre Curandeiro,
Rezador de auxílio
imediato,
Um espírito de
consolo, mui sensato,
Grande chefe de
tribo, feiticeiro.
Do cachimbo eu
tirava o fumaceiro
Que espantava todo
mal, toda mazela,
E da planta eu
tirava a força dela
E jogava por cima
de mil dores,
Transformando em
belezas e amores
Todo mal, toda
agrura em outra tela.
Tinha a sabedoria
em minhas mãos
E no tino, muito
naturalmente,
A ciência das matas
tão somente
Pra sarar as
feridas dos irmãos.
Na aldeia e
arredores, todos sãos,
Todos bons, muito
bem equilibrados,
Os Espíritos em
paz, regozijados,
Tendo Guia, tendo
mestre curador,
Recebendo o
trabalho com amor,
Hoje atendo com
amor os mazelados.
Recordando a missão
que trouxe à terra
Aos pouquinhos vou
sempre auxiliando
Não preciso chamar,
já vem chegando
Os irmãos, tão
feridos em meio a guerra.
As doenças, só Deus
quem as enterra
Quando manda pra cá
seus escolhidos
Cada qual com seus
dons, reconhecidos,
Cada um com seu
jeito de rezar
Deus é Bom, Deus é
Pai, Pai Exemplar,
Que acolhe todos
nós, seres feridos.
Hoje eu sigo essa
sina, essa missão,
Esse Dom, esse
Cargo, essa riqueza,
Essa força, essa
pérola, essa beleza,
Auxiliando cada
amigo, cada irmão.
Com minha reza eu
abrando o coração
Dos que sofrem em
silêncio, dos que choram
E os amigos, os
espíritos, não demoram
Chegam sempre na
hora precisada
Aconselham, tiram a
carga tão pesada
Dos que sofrem
agruras, dos que choram.
Obra Literária
Rafael Brito é
autor dos livros:
"No Pé do Meu
Verso" (2023)
"A Lenda da
Cobra Isaura" (2024)
"Meus Cordéis
e Outros Poemas" (2025)
Contato
Para mais
informações, contate:
Rafael Brito
Cactus Editora
contato@cactuseditora.com
Créditos da Capa
Capa: Mestre
Klévisson Viana
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Brito nas redes sociais:
@rafaelbritoarte
@cactuseditora
E aguarde o
lançamento de "Meus Cordéis e Outros Poemas" em abril!
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