Solidão
solidão, é presídio d'alma,
Calabouço da mente, tortura velada. Alegria algemada num grito inocente,
Casa abandonada, como sepulcro enfeitado
À vista da gente.
É instrumento sem cordas,
Canção sem notas, harmonia ausente.
Solidão é caminho sombrio,
Guia maligno que conduz ao abismo.
É gritar no vazio, como andarilho no frio
Sem aconchego e calor.
É esperança vencida, numa vida perdida
Sem perspectiva, é morte em vida.
Que se esvazia sobre os dedos, rumo ao chão,
É um hino fúnebre, a canção.
Solidão é companheira fiel,
Que só a morte separa, é chamas que queimam a alma.
É algoz imbatível, que tortura suas vítimas
Sem compaixão e misericórdia.
É dominador de almas, torturador de vidas,
Implacável em suas investidas.
É covarde e atrevido, só domina os oprimidos
Sem forças para revidar.
É pretensioso e altivo, oportunista.
Se proclama dominar dos fracos e indefesos.
Mas tudo isso é para esconder o medo
De ser confrontado com a alegria.
Dela se esconde, noite e dia,
Como uma de suas vítimas.
Porque a alegria tudo conquista,
E para não se sentir solitário,
Aprisiona pobres almas em seu enredo calado.
Mas um dia ela será a vítima
Que já fez, quando a luz da alegria brilhar
E a prisão soltar aqueles que lhe serviram.
Solidão.
Daviel Campos
1 Comentários
Muito bom. Intenso, reflexivo
ResponderExcluirObrigado por comentar