Evandro de Paiva Lima
Mestre do forró e da rima
Ou simplesmente “ceguim”
Com sua sanfona inquieta
Fez forró animou a festa
Sanfoneiro de Camocim
II
51 foi o ano
Data certa, não me engano
Em 17 de janeiro
Pra terra Deus enviava
E em Camocim chegava
Esse grande Sanfoneiro
III
Com a sua veia musical
De'uma maneira formal
Dedilhou um violão
Não alcançou objetivo
Mas esse não foi motivo
Da música, desistiu não.
IV
Aos 12 anos de idade
Com garra e muita vontade
Conheceu o vialejo
Seu pai muito o incentivou
Uma sanfona comprou
Pra animar o sacolejo
V
D. Laura e Pedro Lima
Davam a nota e a rima
Foram os seus pais amados
O incentivaram a tocar
Começou também cantar
Forró baião e xaxado
VI
Tinha 15 anos de idade
Para falar a verdade
Começou a sua missão
Tornou-se grande sanfoneiro
Alegrando o povo inteiro
Em toda a nossa região
VII
O forró foi sua cachaça
Sempre feliz achando graça
Seu estilo tradicional
Com seu forró pé de serra
Levantou poeira da terra
Sanfoneiro regional
VIII
Gonzagão foi o seu mestre
Nesse torrão do agreste
Sua sanfona é conhecida
Na região reverenciado
Pagode xote e xaxado,
O forró foi sua vida
IX
Patrimônio da cidade
Evandro foi sumidade
Por todos é venerado
A sua velha companheira
A sanfona sua esteira
Sanfoneiro bom arretado
X
Desde criança ouvi
O seu tempo eu vivi
Gravado em meu coração
Grande poeta e cantor
Artista e compositor
De uma grande expressão
XI
Sua alegria transmitiu
Dançante algum resistiu
Quando ouviam sua voz
Suas canções do passado
Deixou povo emocionado
Foi um alívio para nós
XII
Granja Barroquinha Chaval
Na serra e região central
Levou seu forrobodó
Ele tocou com alegria
Seu regional com maestria
Baião, xaxado e forró
XIII
No vale do Acaraú
Na serra de Coreaú
Todo nosso litoral
Onde ele ia tinha forró
Poeira levantava pó
Do anoitecer ao matinal
XIV
Fez parte do Embalo Jovem
O forró cumpriu sua ordem
Tá contido em sua vida
Na sua longa trajetória
Bem rica e cheia de glória
Figura demais conhecida
XV
Evandro cantou o sertão
Exaltou nossa região
Com forró e vaquejada
Com sua sanfona sedenta
Sem limite, barulhenta,
Inquieta e bem afinada
XVI
15 músicas preparadas
Prontas para serem gravadas
Todas de sua autoria
Não teve oportunidade
Essa é a grande verdade
Da terra não tem valia
XVII
Maria Zélia o enamorou
E com ela se casou
E tiveram quatro filhos
Três homens e uma menina
Foram remédios, vacina
Enfeite com muitos brilhos
XVIII
A sanfona foi sua vida
Deu-lhe sustento e guarida
Do seu corpo foi pedaço
Fez parte da sua alma
Seu som reflete e acalma
Desmancha qualquer mormaço
XIX
Com o seu óculos escuro
Ele viu todo obscuro
Enxergava muito além
A sua voz tinha clareza
E nos trouxe uma certeza
Melhor que ele não tem
XX
Com o seu dom natural
O seu talento musical
Teve origem de nascença
Tocou com o coração
Por meio de cada canção
Traduziu o que povo pensa
XXI
Sem uso da claridade
Nosso Evandro na verdade
Com equilíbrio e calma
Sua visão do interior
Clareou qualquer torpor
Iluminou a sua alma
XXII
Sem visão desde nascença
Um compositor que pensa
Com letras inteligentes
Com seu velho acordeom
No forró foi muito bom
Alegrando toda gente.
Joabnascimento
Camocim-CE 23/12/17
D.A.R. Lei 9610/98
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