Memórias do tempo, uma recordação literária
Maria Linda Lemos Bezerra, é psicóloga, graduada pela Florida Atlantic University e pós-graduada pela Auburn University, ambas nos Estados Unidos. Tem publicações em revistas, jornais e coletâneas das Academias de Letras nacionais e internacionais as quais pertence.
Livros autorais:
Fragmentos para a História de Várzea Alegre (1ª ed. 2011 e 2ª ed. 2013); Viagem no Tempo - Memórias, Vol. I/2018 e Vol. II/2022), Palavras que Celebram (1ª ed. 2019 e 2ª ed. 2022); Samuka, uma experiência com Autismo.
Organizadora das antologias:
Diálogos Literários (2016); Luz nos Mares das Letras (2018), Lira das Letras (2019), Refúgio na Letras (2020), publicações da Academia de Letras Juvenal Galeno, da qual é Presidente Emérita .
Artigo:
Padaria Espiritual Após 132anos
O Ceará tem proeminente história como celeiro de associativismo cultural (Grupo Outeiros, Padaria Espiritual, Grupo Clã, Clube dos Poetas Cearenses) afirma o poeta e jornalista Francisco Barros Alves, 2024. A efervescência cultural tem se manifestado por meio de clubes, associações, academias ou grêmio artístico-literário.
A Padaria Espiritual, uma das mais importantes agremiações artístico-literárias cearenses, instalada, oficialmente, em 30 de maio de 1892. As primeiras reuniões aconteceram no Café Java, com apoio do conhecido proprietário Mané Côco. As demais, na Rua Formosa no 105, atual Barão do Rio Branco, nas dependências do antigo armazém de exportação do comerciante José Bruno Menescal. Outras aconteceram no n0 106, em seguida n0 11 da mesma rua, abrigando 34 integrantes no auge da agremiação que teve curta duração (seis anos), sendo a última reunião em 20 de dezembro de 1898, na casa do escritor farmacêutico Rodolfo Teófilo, com a participação de apenas sete membros.
A referida agremiação originou-se do espírito revolucionário de um grupo de jovens, cujo interesse comum era protestar contra a burguesia, o clero, a polícia, alfaiates e tudo que fosse tradicional, como consta no seu Programa de Instalação. Uma sociedade irreverente, revolucionária e iconoclasta. (Pedro Nava, 1903-1984) que, através das letras, externava suas idéias.
Registre-se que, padeiros usavam trajes de influência européia, na época, chapéus, flor na lapela do fraque ou paletó.
O grêmio artístico-literário Padaria Espiritual lançou o periódico “O Pão”, a eucaristia daquelas almas cheias de fé e de amor pela arte, segundo palavras de Manuel Soriano de Albuquerque (1877-1914) tendo circulado até 31 de outubro de 1896, num total de 36 edições, fora 12 livros que os jovens “padeiros”, artistas e escritores, publicaram.
Em 2024, surge, na capital cearense, um grupo denominado “Clube de Amassadores”, formado por escritores e artistas de ambos os sexos, faixa etária variando entre jovens e nonagenários, escritores veteranos e neófitos, integrantes de diversas agremiações literárias reunidos a partir de um movimento de Integração de Academias Literárias – IAL, uma espécie de Confraria de Entidades Literárias, para fazer jus a ideia e termo criado pelo historiador memorialista maranguapense, Paulo Roberto Neves Pereira (In Memoriam), nos idos 2017, quando tomou posse na Confederação de Letras e Artes do Brasil – CONCLAB, entidade cujo objetivo e missão é capacitar, credenciar, reconhecer e honrar os cientistas, poetas, escritores, artistas plásticos, atores, comediantes e demais manifestações das Ciências, Letras e Artes.
No dia 09 de novembro de 2024, às 9:00h, no Palácio da Luz, sede da Academia Cearense de Letras, o Clube de Amassadores lança a Coletânea Pão de Letras na Terra da Luz, com a participação de 58 colaboradores, que se dividiram entre os que escreveram sobre “padeiros efetivos ou correspondentes”, entre tópicos relevantes da Padaria Espiritual.
Sobre os padeiros efetivos escreveram os amassadores: Fabrício Alves, Maria Ósia Leite de Carvalho, Jacqueline Teles, João Udine Vasconcelos, Ana Maria Nascimento, Gilson Roberto Barbosa da Fonseca, Abelardo Nogueira, Rossana da Costa Nântua Roberto da Silva, Henrique Eduardo Alves Pereira, Sônia Nogueira,Maria, José Esmeraldo Rolim, Francisco José Moreira Lopes, Rosa Virginia Carneiro de Castro, Francinete Azevedo, João Ângelo de Araújo, Maria Eliane da Silva Santos, Luiza Pontes, Artemíza Correia, Benedita (Célia) Oliveira, Giovanna Barros, Francisca Paiva Ximenes, Lillian Virgínia Carneiro Gondim, Maria Girlane Nobre de Souza (Nega), Maria Argentina Austregésilo de Andrade, Maria de Fátima Borges Duarte, Antônio Beethoven Carneiro Gondim, Júlio Augusto Gurgel Alves, Célia Maria Leite, Clara Vasconcelos Silveira e Pedro Damasceno.
Sobre os padeiros correspondentes escreveram: Aloísio Ferreira, Maria do Carmo Aragão da Silva, Maria Evan Gomes Bessa, Francisco Sueudo Rodrigues, Ana Paula Marques, Suely Saad, Francisco Rangel Flor, Elvira Drumond, Inácia Maria Girão Nepomuceno, Maria Gilmaíse de Oliveira Mendes e Maria Linda Lemos Bezerra.
Os aspectos peculiares da agremiação, tipo hino, estatuto, bandeira, estandarte, selo identificação de túmulos dos padeiros, homenageados especiais e o próprio espírito norteador do movimento, escreveram: Regina Cláudia Pamplona Fiúza, João Batista do Nascimento (Joab), Haroldo C. B. Paula, Gorete Pinheiro, Paulo Roberto Cândido de Oliveira, William Augusto Pereira, Leonardo Sampaio, Maria de Fátima Lemos Pereira Cândido, Francisco Bernivaldo Carneiro, Fátima Xavier Damasceno, Francisco José Lima Júnior, Jane Caneca, Arleni Portelada, Sandra Bandeira Nolli, Vicente Alencar e o professor José Batista de Lima, que apresentou a obra.
Honrando os trajes da Belle Epoque, as mulheres usaram chapéus, enquanto os homens, boinas, cartolas e flor na lapela, dando um colorido especial ao dia no qual se celebrava os 132 anos de fundação da Padaria Espiritual, com a apresentação de resultados de uma rica e profunda pesquisa sobre o movimento que marca atualmente a literatura cearense – Clube de Amassadores.
Iaí gostaram? Querem saber mais sobre a autora? Você pode contata-la pelo e-mail ,
lindapsy03@yahoo.com.br, ou nas redes sociais
Facebook - Aljug - Academia de Letras Juvenal Galeno
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Vozes locais, Raízes Literárias.
1 Comentários
Muito bom saber que o Ceará sempre esteve a frente no que se refere literatura e arte e assevero meus parabéns sinceros à autora Linda Lemos por seu portfólio riquíssimo.
ResponderExcluirObrigado por comentar